Javier Milei visita Santa Fe y Entre Ríos para impulsar su campaña
Javier Milei retoma sua campanha neste fim de semana com paradas estratégicas em Santa Fé e Entre Ríos. Após uma passagem um tanto conturbada por Tierra del Fuego, o presidente se lança novamente na estrada, buscando fortalecer seus candidatos para as eleições do 26 de outubro. Esse evento é crucial para a La Libertad Avanza (LLA) epara os rumos de sua administração, que busca implementar reformas significativas.
O clima não está dos melhores para o governo. Com a economia pendendo do humor de Washington, um Congresso que não para de colocar obstáculos, e uma situação complicada na província de Buenos Aires, onde José Luis Espert, seu principal candidato, enfrenta denúncias de supostos laços com o narcotráfico, a expectativa para os próximos 20 dias se assemelha a uma eternidade para a Casa Rosada.
Nesse cenário, Milei planeja visitar áreas que escolherão senadores e quatro províncias onde formou alianças com governadores: CABA, Entre Ríos, Mendoza e Chaco. A ideia é ressaltar a figura do “Leão” para reavivar a mística que o ajudou a ganhar a presidência em 2023. A estratégia é polarizar ainda mais a disputa em relação ao kirchnerismo, embora o desgaste acumulado em quase dois anos de governo não possa ser ignorado. Até agora, a LLA só conquistou vitórias em Buenos Aires e Chaco.
Javier Milei em Santa Fé e Entre Ríos
A primeira parada será Santa Fé. A expectativa era que Milei se concentrasse em Rosario, mas a estratégia mudou para a capital da província. A ideia é que ele faça uma caminhada pela peatonal San Martín com Agustín Pellegrini, seu candidato local. Junto a eles estará a deputada Romina Diez, uma referência do partido na região.
Para as eleições em Santa Fé, a expectativa é que os votos se dividam entre três grupos. O governador Maximiliano Pullaro está apostando em seu novo selo, Provincias Unidas, enquanto o peronismo apresentou uma lista unificada sob o logo de Fuerza Patria, liderada por Caren Tepp, do Ciudad Futura, com Agustín Rossi como apoio. A LLA também escolheu Pellegrini, um rosto novo buscando destaque em um cenário competitivo.
Além disso, no cenário local, a recente e rápida redução das taxas de exportação, que durou apenas três dias, causou descontentamento tanto entre os governadores quanto entre os produtores. Em vez de beneficiar o setor agrícola como se esperava, a medida acabou favorecendo poucos exportadores e deixou uma sensação de oportunidade perdida.
Em Entre Ríos, a situação é bem diferente. As eleições dessa província renovarão três cadeiras no Senado, atualmente ocupadas por Alfredo De Angeli (PRO), Stella Maris Olalla (UCR) e Stefania Cora (PJ). Além disso, outros cinco assentos na Câmara de Deputados serão disputados. Milei e Rogelio Frigerio decidiram unir forças para não fragmentar os votos e se colocam como os protagonistas da disputa. No entanto, não subestimam o peronismo, que parece revigorado com as últimas viradas políticas e a vitória na província de Buenos Aires.
Joaquín Benegas Lynch surge como o principal candidato da LLA ao Senado, enquanto Andrés Laumann buscará uma vaga na Câmara baixa. Durante sua visita a Entre Ríos, Milei deve se encontrar com Frigerio, onde a expectativa é que eles façam a primeira apresentação conjunta após firmar a aliança, seguido de uma atividade com simpatizantes.
Um início complicado em Tierra del Fuego
Na segunda-feira, Milei começou sua maratona eleitoral em Tierra del Fuego, mas o resultado não foi dos melhores. Embora tenha visitado a fábrica da Newsan e dado uma entrevista a uma mídia local, enfrentou diversas mobilizações opositoras nas ruas de Ushuaia. Diante de um forte aparato de segurança, precisou cancelar uma caminhada programada e limitou-se a se dirigir ao público por meio de um megafone.
A insatisfação local aumentou devido aos impactos negativos da abertura de importações, além de especulações sobre uma potencial base naval dos EUA, numa região sensível devido à questão das Malvinas. A recessão e suas consequências também preocupam a população.
A LLA acredita ter uma chance diante da divisão no peronismo, que apresenta duas frentes: uma sob a aliança entre o governador Gustavo Melella e o intendente Walter Vuoto, da La Cámpora, e outra com os prefeitos de Río Grande e Tolhuin. Na visão da LLA, essa fragmentação pode abrir caminho para um desempenho melhor nas eleições.
Nos dias que se seguiram, o clima político se mostrou mais favorável para os libertários, que agora veem uma oportunidade, especialmente após o triunfo do peronismo na província de Buenos Aires e com o governo em crise.