Gobernadores critican convocatoria de Javier Milei y exigen ATN

Este lunes, apenas um dia após o veredicto das urnas na província de Buenos Aires, o porta-voz do Governo, Adorni, anunciou a formação de uma nova mesa política e uma “mesa de diálogo federal com os governadores”. Esta iniciativa surge como uma resposta à insatisfação expressa pelos eleitores bonaerenses, que parece ter colocado em evidência uma gestão que já não convence como antes.

Governadores exigem empenho para abrir diálogo

O chamado para os governadores ainda não provocou grandes efusões entre as províncias. Muitos deles sublinham que, por enquanto, trata-se apenas de uma mensagem nas redes sociais. Um importante líder peronista comentou: “Não recebemos nada. Nem um e-mail, nem uma ligação, apenas o post de Adorni. Esperávamos algo mais formal. Se vão convocar os governadores, esperamos que não seja apenas pela internet.”

Outros também se mostraram céticos. “Seria bom que isso não ficasse só na retórica e que se concretizassem ações. Estamos abertos a dialogar com o chefe de gabinete, mas o diálogo não pode ser visto como uma forma de protelar questões que precisam de respostas rápidas”, declarou um representante de uma governadoria do Peronismo.

Apesar disso, os governadores afirmaram que estarão dispostos a participar caso uma convocação formal ocorra. No entanto, um deles foi claro ao dizer que “o entusiasmo não seria garantido”. Normalmente, as interações entre os estados e o Governo Nacional têm sido mediadas pelo chefe de gabinete, Guillermo Francos. As províncias destacam sua boa vontade para conversar, mas ressaltam que suas autoridades têm limitações, já que, no final das contas, as decisões mais importantes sempre são tomadas pelo presidente.

Desconfiança e necessidade de ação

Um líder do norte do país expressou sua frustração, considerando que essa proposta parece ser “mais do mesmo” e sem relevância real. Um ponto crucial levantado foi que o Governo não deve vetar a nova lei que estabelece um novo esquema de distribuição dos Acordos de Transferência de Recursos (ATN). “Essa seria uma primeira demonstração de boa vontade para atrair os governadores, que estão cada vez mais distantes da gestão atual”, afirmou.

Um governador da Patagônia se lamentou: “O diálogo é sempre bom para nós. Sempre apostamos no diálogo, mas até agora não cumpriram muito.” Muitos esperam ser convocados oficialmente para discutir propostas e, logo após o tweet de Adorni, Gustavo Sáenz, de Salta, manifestou seu ceticismo: “Imagine que eu vou sentar à mesa com aqueles que não cumpriram sua palavra, que nos traíram. No Governo nacional, já não são leões, mas sim pombas da paz. Preciso falar com pessoas que não têm cumprido com suas obrigações há um ano e meio.”

Maximiliano Pullaro, de Santa Fe, teceu críticas nas redes sociais sobre a falta de ouvir a população. Ele disse: “É preciso deixar para trás um passado cheio de falhas e frustrações. Precisamos enfrentar os graves problemas do presente, porque as pessoas estão pressionadas em suas casas.”

Um clima tenso com a aproximação das eleições

Pullaro faz parte do novo frente Provincias Unidas, que inclui outros líderes de províncias como Martín Llaryora (Córdoba) e Gustavo Valdés (Corrientes). Recentemente, o grupo se reuniu virtualmente para discutir a nova realidade política e os resultados em Buenos Aires. Estão previstos encontros presenciais, incluindo um na Exposição Rural de Río Cuarto.

A insatisfação que permeia o clima político se intensifica com as eleições legislativas se aproximando, marcadas para 26 de outubro. Os governadores precisam garantir a defesa de seus interesses locais e aumentar sua representação no Congresso, especialmente em meio ao desgaste do Governo. O sucesso do Peronismo na província de Buenos Aires, com Axel Kicillof à frente, não apenas gerou alarme na Casa Rosada, mas também animou os governadores aliados.

Envoltos em uma discussão sobre suas alianças, os líderes do Peronismo consideram se reunir na sede do Partido Justicialista para formular uma estratégia conjunta para as eleições de outubro. Até o momento, a Libertad Avanza foi vitoriosa em oito dos dez pleitos ocorridos em 2025, mostrando-se competitiva apenas em alianças específicas.

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