El efecto Temu lleva a Amazon a ajustar su modelo de negocio

Durante años, Amazon fue sinónimo de eficiência e domínio no e-commerce mundial. Mas a chegada de plataformas como Temu e Shein mudou tudo. Agora, os consumidores se preocupam mais com o preço do que com a rapidez da entrega. Esses concorrentes oferecem preços ultra baixos, prazos de entrega flexíveis e um leque quase ilimitado de produtos, conquistando milhões de usuários.

Diante desse cenário, a Amazon decidiu fazer uma mudança estratégica. A empresa lançou uma versão “econômica” de sua loja, chamada Amazon Haul, com o objetivo de competir diretamente com as marcas chinesas que estão dominando tanto a Europa quanto a América Latina. Essa nova plataforma foi projetada especialmente para atrair quem está mais atento ao preço.

O que é o Amazon Haul

O Amazon Haul se apresenta como uma loja paralela dentro do site original da Amazon. Cada produto tem um limite de 20 euros, e é possível encontrar de tudo, desde roupas e acessórios até artigos para casa e eletrônicos. Ao contrário do modelo Prime, que é mais conhecido, os envios podem demorar até duas semanas. Essa estratégia visa rivalizar diretamente com os prazos das plataformas concorrentes.

O lançamento começou na Espanha, mas já está acessível para usuários argentinos pela versão global do site. Ao fazer compras, você consegue usar a mesma conta e os métodos de pagamento da Amazon tradicional. Essa mudança reflete uma clara intenção de conquistar aquele público que prioriza o preço à rapidez. Para incentivar as vendas, a Amazon está oferecendo descontos, como 5% para pedidos acima de 30 euros e 10% para quem gastar mais de 50 euros.

O impacto de Temu e Shein na indústria local

A pressão criada por Temu e Shein não afeta apenas a Amazon. A indústria têxtil na Argentina é uma das mais impactadas por esse crescimento das plataformas asiáticas. Dados da Fundação ProTejer mostram que as importações de roupas dispararam em 123% entre janeiro e julho de 2025. E os produtos para o lar não ficam atrás, com um aumento de 195%.

Esse fenômeno é compreensível quando se considera a eliminação de tarifas para compras internacionais de até 400 dólares e a ampliação do limite por pedido para 3.000 dólares. Isso facilitaram a entrada maciça de roupas a preços que ficavam fora da competição com a produção local.

O resultado dessa avalanche de imports é preocupante: queda nas vendas, fábricas fechando e crescente número de demissões. Segundo a Câmara Argentina de Comércio Eletrônico, um terço das compras digitais internacionais já vem de plataformas chinesas, sendo que a Shein sozinha representa 10% desse total.

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