El dólar bajo presión: BCRA ofrece divisas a $1.474,50
A cinco meses de que se instaurou a banda cambial, o dólar finalmente ultrapassou o limite superior nesta quarta-feira. Isso forçou o Banco Central a intervir no mercado, vendendo cerca de 53 milhões de dólares. Nesse cenário, já surgem importantes ordens de venda, e os operadores do mercado acreditam que a instituição monetária está se posicionando para proteger a cotação em $1.474,5.
Enquanto isso, nas primeiras transações, o MEP (Mercado Electrónico de Pagamento) começou a subir novamente, avançando 0,4% e alcançando $1.492,31. O CCL (Compra e Venda do Câmbio) também mostrou leve alta, tocando $1.500. O dólar blue, conhecido por ser o mais caro, agora está cotado a $1.515. E para quem usa o cartão, o dólar tarjeta está perto de romper a barreira dos $2.000, operando a $1.930,50.
Vale destacar que, no dia anterior, a intervenção do Banco Central só ocorreu à tarde. Nos momentos iniciais, foram os próprios operadores privados que efetuaram robustas ordens de venda no topo da banda cambial.
Se essa tendência continuar, o Banco Central poderia acabar vendendo mais de 100 milhões de dólares diariamente em dias em que a cotação abra no teto da banda. As estimativas indicam que o regime cambial deve se manter até as eleições de 26 de outubro, o que poderia resultar em vendas totais entre 3 bilhões e 4 bilhões de dólares.
Por que o mercado tem suas dúvidas sobre as bandas
Desde o final de junho, o mercado vem demonstrando uma maior procura por dólares. A eliminação das LEFIs e o subsequente aumento nas taxas geraram um clima de incerteza entre os principais operadores financeiros. A intervenção oficial dentro da banda através do Tesouro também minou a confiança no esquema. O golpe final foi a derrota do governo nas eleições legislativas, que intensificou a pressão sobre a cotação e pressionou o Banco Central a tomar medidas antes do esperado.
A situação levantou questionamentos sobre como o governo pode sair dessa encruzilhada. Para isso, ele precisa de dinheiro ou de política. O problema é que o dinheiro que se necessita é de cor verde. Fala-se até de um possível apoio extra vindo do “amigo” Trump. Mas isso é apenas especulação até o momento. Alguns jornalistas especializadas trouxeram essa conversa de volta à tona recentemente. Resta saber se são apenas rumores ou se existe algo concreto por trás disso. Essa incerteza deixa o ambiente financeiro argentino em um cenário pouco fértil para que os ativos locais consigam acompanhar a animação global.