Kim Jong-un muestra un complejo de lujo en Corea del Norte

Kim Jong-un inauguró recentemente um resort turístico de luxo na cidade de Samjiyon, ao norte da Coreia do Norte. Essa é mais uma evidência da estratégia do regime para alavancar o turismo e criar uma nova fonte de receita em meio ao isolamento diplomático e às sanções internacionais.

Esse novo empreendimento conta com hotéis de luxo, banhos termais, restaurantes e áreas de lazer. Segundo a imprensa estatal, o resort é uma demonstração do “potencial de desenvolvimento” do país e das condições de vida do povo norte-coreano. Durante a abertura, a mídia oficial ressaltou que o projeto é uma amostra concreta do plano econômico do governo.

Kim Jong-un percorreu pessoalmente o local, inspecionando as acomodações e os espaços de recreação. Ele foi visto verificando a qualidade dos colchões, explorando os restaurantes e apreciando a paisagem com neve da região. São gestos que mostram não só a intenção de promover o turismo, mas também a necessidade do regime de se mostrar ativo e em desenvolvimento.

O Significado do Monte Paektu

O resort está situado nos pés do monte Paektu, uma montanha que tem um peso simbólico enorme na narrativa do regime. Para Pyongyang, esse é um local sagrado: segundo a versão oficial, foi onde nasceu Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un, e onde Kim Il-sung liderou a luta contra a ocupação japonesa.

Embora historiadores afirmem que Kim Jong-il nasceu na União Soviética, há décadas o monte Paektu é utilizado como um símbolo de legitimidade e orgulho nacional. Nesse contexto, a imprensa estatal descreveu o novo resort como um “complexo turístico de montanha”, idealizado para se integrar com a natureza.

Kim Jong-un declarou que as novas instalações são uma “clara prova do ideal de crescimento constante” do país, afirmando ainda que o povo norte-coreano “não tem nada que invejar ao resto do mundo”. Uma afirmação que ecoa o tom propagandístico habitual do regime.

Uma Nova Economia Turística

A abertura de cinco hotéis de luxo em Samjiyon faz parte de um plano que começou em 2014, quando Kim Jong-un decidiu transformar a região em um destino turístico. Após uma década, mesmo enfrentando dificuldades econômicas e comerciais, o projeto avançou com a intenção de captar moeda estrangeira.

O complexo inclui banhos termais, lojas e áreas para lazer. A imprensa estatal destacou sua “beleza arquitetônica especial” e o design que enfatiza a “magnificência da natureza” ao redor. Durante sua visita, Kim se mostrou satisfeito com o nível de design e funcionalidade dos hotéis.

O Turismo como Estratégia de Estado

A política turística do regime não se limita apenas a Samjiyon. No verão do hemisfério norte, Coreia do Norte também inaugurou a área costeira de Wonsan Kalma, outro grande projeto que Kim Jong-un vem promovendo há mais de dez anos.

De acordo com informações, o regime planeja expandir esses projetos e finalizar novos complexos antes do próximo congresso quinquenal do Partido dos Trabalhadores, marcado para o início de 2026. Analistas acreditam que Pyongyang busca atrair turistas da China e Rússia, principalmente devido à proximidade geográfica e afinidade política em tempos de tensão com o Ocidente.

Uma presença notável na inauguração foi a filha de Kim Jong-un, que participou de um evento de grande visibilidade. Identificada como Kim Ju-ae, com cerca de 12 anos, sua participação frequente em eventos públicos gera especulações sobre uma possível sucessão dinástica. Recentemente, ela esteve ao lado do pai durante uma viagem a Pequim para celebrar o 80º aniversário da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial.

Se as especulações se confirmarem, Ju-ae poderá se tornar a quarta líder da dinastia Kim e a primeira mulher a governar a Coreia do Norte. Enquanto isso, o regime mantém um perfil discreto, usando cada aparição pública para transmitir uma imagem de estabilidade, continuidade e prosperidade em um contexto de desigualdades econômicas marcantes.

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