A un mes de las elecciones, milei entre el escenario y la urgencia
Faltando apenas um mês para as eleições do dia 26 de outubro, a campanha do governo se desenrola em duas frentes que, embora pareçam se complementar, revelam algumas tensões internas. Javier Milei está investindo na sua imagem no exterior, buscando apoio e confiança com uma recente viagem aos Estados Unidos. O objetivo é claro: trazer a ideia de que tem um respaldo internacional, possivelmente com novos investimentos, que pode ser benéfico para sua imagem ao voltar ao país. Essa expectativa de apoio lá de fora serve para reforçar a narrativa de que seu projeto político ainda está forte e contando com aliados influentes.
Enquanto isso, a movimentação aqui dentro do país começa a exigir mais agilidade. A Casa Rosada está aumentando o número de reuniões para coordenar as ações em diferentes regiões e tentando dar um novo impulso à campanha. Nesse cenário, Karina Milei, presidente de La Libertad Avanza (LLA), voltou de Nova York e, logo após, participou de uma reunião política importante. A ideia é mostrar que o governo tem resultados concretos e que suas ações vão além das viagens internacionais. O grande desafio é que esse glamour externo não se converta em algo meramente superficial, sem impactos positivos na vida dos eleitores.
Entretanto, as últimas pesquisas começam a apontar que a imagem do presidente está se desgastando. A desaprovação vem crescendo e o clima social está se tornando cada vez mais tenso. E não é só ele que sente esse impacto. Karina Milei também está perdendo pontos na avaliação pública. Em contraste, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, está ganhando popularidade de forma consistente e se destacando dentro do universo peronista. Para uma parte da oposição, ele representa uma possibilidade real de liderança no futuro próximo.
As mudanças nas pesquisas trazem um novo desafio para o governo. É preciso recalibrar o discurso e apresentar resultados concretos para evitar que a erosão da confiança se intensifique. O peronismo, percebendo essa oportunidade, já começa a se organizar para captar o descontentamento social. Assim, a campanha se transforma em uma corrida contra o tempo: o governo tenta segurar a imagem de estabilidade e respaldo internacional, enquanto a oposição foca na retratação de Milei como alguém cada vez mais vulnerável.
Governabilidade e gira pelo interior
Com apenas trinta dias até as eleições, a incerteza só aumenta. O que está em jogo não é só a imagem de um presidente que volta “revigorado” de suas viagens, mas a própria viabilidade de uma liderança que parece mais atenta aos palcos internacionais do que às respostas necessárias para a crise interna. Se esse abismo continuar, a campanha poderá parecer impecável simbolicamente, mas estará vazia na prática: muita encenação e pouca ação na realidade, enquanto eleitores se mostram cada vez mais impacientes.
O presidente, que chegou ao país recentemente, dará início a uma gira pelo interior. As primeiras paradas incluem Tierra del Fuego, seguida de cidades como Santa Fe, Mendoza, Corrientes, Chaco e Mar del Plata. Ele pretende focar sua campanha em sua própria imagem, e no dia 6 de outubro apresentará seu livro no Movistar Arena, em Buenos Aires. Esses eventos têm a intenção de misturar elementos de emoção política com simbolismo, buscando engajar a campanha e recuperar a iniciativa em um cenário eleitoral que se torna mais desafiador.
Enquanto isso, o governo também se volta para a necessidade de garantir maior governabilidade, especialmente após o pedido de Donald Trump de que a Argentina assegure um ambiente político estável. A resposta do governo não demorou: o chefe de gabinete, Guillermo Francos, publicou uma foto ao lado de Mauricio Macri, um feito que mostra uma suposta unidade política, enviando um recado tanto para fora quanto para dentro do país.
Curiosamente, antes desse pedido da Casa Branca, não havia sinais de aproximação entre o governo e Macri. Ele mesmo afirmou que não conversava com Milei há mais de um ano, e os assessores do presidente indicaram que não viam necessidade do apoio do ex-presidente.
Por fim, a Casa Rosada decidiu reunir o Conselho de Maio, que estava em stand by desde seu lançamento. Com isso, o governo busca reforçar a ideia de que não está apenas atrás de apoio externo, mas também buscando formar consensos internos que ajudem a contornar o desgaste nas semanas que antecedem as eleições.